segunda-feira, 21 de junho de 2010

A MÁGICA VIAGEM DO PROCESSO AVALIATIVO

Em nossa vida realizamos inúmeras viagens, onde conhecemos lugares, pessoas e coisas diferentes. Também realizamos viagens sem precisar nos deslocar, como quando lemos um bom livro, navegamos na internet, assistimos a um filme, sonhamos, ou planejamos futuras ações.

Hoje pretendemos realizar uma viagem com você. É, com você mesmo! Você que é educador, aluno, ou talvez, simplesmente seja um defensor dos processos de melhoria da nossa educação e que fomente esse debate, assim como quem coloca lenha em uma fogueira.

Antes de embarcar, gostaríamos que você despertasse a Deusa Mnemósine que há dentro de você, relembrando sua própria vivência escolar. Deixe aflorar a primeira coisa que vem a sua mente, quando falamos de escola e processo de ensino e aprendizagem.

Para alguns, talvez se fortaleça a imagem de uma professora ou professor que marcou sua vida, tanto de maneira positiva, como negativa. Outros se lembrarão de atividades realizadas, de provas, trabalhos, colegas e amigos. Enfim, cada um tem sua própria historicidade e o que propomos é justamente usá-la para enriquecer ainda mais a nossa mágica viagem que se inicia.

Estamos em uma Estação a espera do embarque, onde ao mesmo tempo é ponto de chegada e de partida. Essa Estação é a do Início do Ano Letivo, onde viajaremos por longos e desafiadores percursos, muitas vezes fazendo algumas paradas obrigatórias e revisitando alguns pontos.

Em meio a ansiedade, pessoas diferentes e busca por coisas novas, eis que ouvimos o apito do trem. Sua locomotiva radiante parece que saiu de uma das muitas histórias da literatura, com sua fumaça perfumada e com a capacidade de estimular o saber. Pena que, nem para todos, essa visão seja tão motivadora e bela.

Com bonitas e trabalhadas letras douradas está gravado na cabine da locomotiva: Processo Avaliativo. Esse é o nome dela, que conduz uma imensidão de vagões, cada um com suas especificidades, indo desde vagões de conhecimentos, habilidades, informações, valores de vida, bagagens de vivências... Não teríamos como mencionar todos aqui!

Há uma pessoa que acompanha esse trem, é o Ferroviário de Manutenção, ou seja, um mecânico que vai cuidando das conexões entre os vagões, a quantidade de carga em cada um deles e mantendo que a engrenagem do sistema funcione corretamente. Essa pessoa em outros espaços e contextos também é conhecida como professor.

Mas o engraçado é que não é ele que vai comandando a locomotiva. Como já mencionamos, ele vem dando suporte e orientação. A locomotiva vem vazia, que estranho! Na verdade, há alguém na Estação esperando para comandá-la e essa pessoa é o Ferroviário Condutor, popularmente conhecido como Maquinista e no contexto educacional em questão, trata-se do aluno.

Bom, agora estamos com tudo preparado para darmos a partida. É hora de começar a conhecer toda a amplitude que o termo avaliação possui. Devemos lembrar que avaliar é um procedimento didático que acompanha os processos de ensino e aprendizagem, ele não é rápido e estanque, ele estende-se por um longo caminho tendo em vista múltiplos fatores de apoio. Sendo reflexos não somente de instrumentos avaliativos (provas, testes e trabalhos), ou registros de avaliação (boletins, pareceres, notas), mas também abarcando para si, valores morais, visões de mundo e diversas concepções, como as de ser humano, sociedade e da própria educação (HOFFMANN, 2005, p.13).

Muita coisa vai sendo transformada, compartilhada e aglutinada no percurso dessa jornada, a qual pode-se dizer que é uma ação em três distintos tempos. É característica de todo processo avaliativo observar, analisar, compreender as estratégicas de aprendizagem e tomar decisões que auxiliem no bom andamento da viagem. Segundo HOFFMANN (2005, p. 17), “avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo.” A autora ainda coloca que sem uma reflexão crítica e séria sobre a prática, tendo consciência da importância da ética para o processo, acabamos nos perdendo do caminho. Pegamos desvios que atrapalham e atrasam a viagem, isso faz com falte combustível e aumente os trilhos para o alcance dos objetivos.

Portanto, temos que ter noção da necessidade de respeitar e compreender cada tempo desse passeio. Começamos com a admiração, com o tempo de admirar-se com tudo o que esse maquinista consegue nos surpreender e encantar, no conduzir desse trem. Depois passamos para o tempo de reflexão sobre todas as possibilidades e maneiras que se procede a nossa viagem, descrevendo as etapas percorridas e todas as paradas realizadas. E por último o tempo da reconstrução das práticas avaliativas, vindo emergir a necessidade do porquê avaliar. Sendo importantíssimo o preparo e a qualificação profissional por parte dos ferroviários de manutenção, ou seja, os professores, nesse tempo, precisam ter clareza e conhecimento sobre pressupostos teóricos acerca da avaliação em confronto com a sua aplicabilidade na prática, em relação aos diferentes contextos sociais.

Assim, nossa viagem vai chegando ao fim, passando por desafios alcançáveis, gradativos e que exigem, cada vez mais, a construção de habilidades e competências frente o conhecimento, tanto por parte dos alunos, como dos professores também. Chegamos na Estação do Fim do Ano Letivo, com a esperança que esse passeio tenha sido prazeroso, significativo e realmente construtivo no que tange as propostas de um processo avaliativo consciente, ético e comprometido com a construção cidadã para uma educação melhor, uma vida melhor, um mundo melhor!

REFERÊNCIAS:

HOFFMANN, Jussara. O Jogo do Contrário em Avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, que bom poder contar com a sua visita. Volte sempre!