Se eu conseguisse, como vocês, eruditos,
me apaixonar por uma ciência! Mas eu
desisto! Não me resta nada mais do que
viver com todas as ciências uma vida de
borboleta... Bouterwek, carta a Pfaff.
Cores, desenhos, letras... Letras, letras e letras. Mais alguns números que parecem letras, ou são os letras que se parecem com os números. Puxa! Quanta confusão! Como será que é ler?
Bem eu leio, e leio muito, ta! Todas as revistinhas em quadrinhos e livrinhos que tenho contato. Sei todas as histórias de cor.
Primeiro pedia que contassem para mim, depois, quando terminava a paciência de meus contadores, pegava os livros, olhava suas figuras e seguia (re)contando-as só para mim e minha legião de amigos inseparáveis e invisíveis. Não suportava quando os meus contadores mudavam o enredo das histórias, pulavam partes importantes, assassinavam personagens, só para se livrarem logo desse ofício.
Olhando as ilustrações conseguia imaginar e criar várias aventuras e inúmeras possibilidades de construção de enredos. Você NÃO sabe ler, só fica folheando com os livros. Pare de fazer de conta que está lendo! Não é nada disso que está escrito...
Por essas e outras que eu anseio em desvendar o incrível mundo das letras. Poder ler o que eu quiser, construir minhas próprias histórias, para poder viajar por mundos de fantasia, participar de aventuras, descobrir meus próprios super-poderes e conviver com personagem que vão além de meros amigos imaginários.
Hoje é um dia alegria, vou para a Escola!!! A Tia Chica é minha professora. Sempre aprendemos uma letrinha de maneira bem legal, aos poucos juntando-as surgem as sílabas e com a união destas, eis que formam-se as palavras. Os livros são cheios de palavras, pois são elas que nos contam as histórias, assim como os desenhos.
Toda a semana vamos à Biblioteca da Escola e escolhemos um livro para ler. São tantos. Queria pegar esse e mais aquele que tem o leão na capa e o outro sobre o Trem...
Levamos o livro para casa, com a promessa de cuidar bem dele durante o final de semana e quando chega a segunda, acontecia o famoso sorteio para ver qual colega contaria a história de seu livro. É muito legal!
Depois de um tempo, já na 4ª série, a Profe Gica nos provoca muito. São encenações de clássicos (o meu era a festa no céu), construção de histórias e livretos, que depois encenávamos também. Jamais esqueci o Espantalho Diferente (Eu), que a Rosse escreveu. A Nathi também lembra, pois até hoje damos gostosas gargalhadas nos nossos momentos de saudosismo.
Mas a atividade mais legal, para mim, foi o que a Profe Gica fez como o Livro “O Menino de Asas”, da Coleção Vaga-Lume. Cada dia ela lia um pedaçinho do livro, era muita ansiedade para saber o final. Só que ela não contou de imediato o desfecho para nós. Fez com que escrevêssemos um e só depois contou o final verdadeiro.
Aprendi o quanto é importante a leitura e comecei a tomar gosto por ela. Detesto escrever. Tenho preguiça. Sempre foi um sacrifício para eu ter um caderno em dia. Só tive um, o da Zair – Gestão e Planejamento da Educação, no Curso Normal, logo após o termino do Ensino Médio.
Sempre fui mais de falar, criar ou fazer algo bem diferente, assim bem visual, mas nunca abandonei a leitura, leio de tudo: sempre leio os rótulos dos xampus e alimentos, bulas de medicamentos, jornais e revistas (mesmo velhos), textos da internet, revistas dos x-men, livros sem preconceito.
Ultimamente, devido a cientificidade da academia, tenho lido bastante sobre inúmeros temas, sempre procurando interligá-los, seja sobre Teorias da História, Correntes Filosóficas, Educação Patrimonial, Gestão e Teorias da Educação e por aí vai. Mas ao mesmo tempo leio alguns dos Clássicos da Literatura Brasileira, pois os uso como recurso didático em minhas aulas de História, leio os livros mais vendidos, ou os que aparecem na lista da Veja. Por que não? Leio muitas produções locais. É! Os escritos daqui da “Terra dos Poetas”. Leio os livros da Jane, da Meri, da Mada, da Biblioteca Pública, da ULBRA e a Andressa lê os meus. Compro, peço, presenteio, empresto, troco e até furto livros (mas só os da Jane).
Devemos sempre valorizar e incentivar a leitura, desde a Literatura Infantil nos Anos Iniciais até os pré requisitos para o vestibular, sempre lembrando e respeitando que há momentos certos para a leitura de cada obra. Pois, para mim, a importância de ler está na satisfação pessoal de cada leitor e não no impressionar os não leitores.
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